Pedetistas da base governista de Elmano de Freitas e opositores levaram à tribuna da Assembleia do Ceará, na manhã desta terça-feira (20), o debate sobre a situação atual do partido e chegaram ao entendimento de que deve haver um amplo diálogo interno e unidade partidária. No entanto, os grupos antagônicos não se entendem sobre a liderança da agremiação pelos próximos anos.
Enquanto os oposicionistas defendem a permanência do deputado federal André Figueiredo no comando do PDT, os aliados do Governo do Estado tem sinalizado interesse em ter o senador Cid Gomes na presidência da sigla no Ceará. O debate evidenciou, ainda mais, o cisma dentro da sigla, que tudo indica, não deve ser alterado tão cedo.
Osmar Baquit (PDT) defendeu o que chamou de “reconstrução do PDT” do Ceará para encontrar caminhos futuros, pensando nas próximas eleições, a fim de ampliar a representação da sigla nas câmaras municipais, prefeituras e vice-prefeituras. Ele lembrou que outras legendas já estão se mobilizando para as eleições de 2024, enquanto que a sigla pedetista, em sua avaliação, segue com discordâncias internas, o que impede os rumos do partido para o próximo ano.
Como tem feito nas últimas semanas, ele voltou a defender o nome de Cid Gomes para auxiliar na unidade partidária do PDT do Ceará. “Estamos há um ano para as convenções partidárias. Articulações precisam ser feitas. O Cid tem legitimidade e o poder de nos unir. Se o Cid estiver na mesa, as coisas funcionam, pois é a nossa grande liderança”, avaliou o deputado.
O argumento utilizado por ele é de que o atual presidente, André Figueiredo, tem acumulado funções dentro da agremiação, como presidente nacional em exercício, presidente estadual no Ceará, líder do PDT na Câmara Federal e, agora, líder de uma bancada partidária de 174 parlamentares. “O deputado André é brilhante, foi ministro, mas passou o tempo de achar que não se deve abrir espaço. Por que uma pessoa, com quatro cargos, não pode ceder um para a maior liderança do partido?”, questionou.
Rumo
Cláudio Pinho (PDT), que faz parte da oposição, voltou a defender diálogo interno no partido para decidir o futuro e as ações do grupo político. “O que falta, no meu ver, é diálogo. Se não querem fazer esse diálogo, que liberem, para que cada um possa tomar seu rumo. Ficarei feliz com união do partido e possa contribuir para acabar com essa crise”.
Antônio Henrique (PDT) disse se sentir confortável em ser liderado por André Figueiredo. “O senador Cid contribui muito, mas não acredito que para ele ajudar o partido, ele precise assumir a presidência”, pontuou. Guilherme Landim (PDT) afirmou ser preciso reconhecer a contribuição de Figueiredo no partido, mas corroborou que Cid Gomes é uma importante liderança, que pode unir o partido.
“Se não for possível. Se o Cid sair por uma porta, vai todo mundo” – (Osmar Baquit)