Deputados derrubam requerimento que repudiava falas do prefeito Ivo Gomes

Requerimento derrotado foi apresentado pelo bolsonarista Alcides Fernandes. Foto: ALCE

Os deputados da Assembleia Legislativa passaram mais de uma hora discutindo um requerimento de autoria do deputado Alcides Fernandes (PL), que repudiava falas do prefeito de Sobral Ivo Gomes, que disse que a Igreja era um dos principais males da humanidade. A matéria, que gerou amplo embate entre progressistas e religiosos, foi derrubada por 21 votos contrários, 10 favoráveis e uma abstenção.

As falas do prefeito foram ditas durante uma entrevista a uma rádio, e segundo sua irmã, a deputada Lia Gomes (PDT), foi retirada de contexto e usada politicamente para atacar o chefe do Executivo de Sobral. Alcides Fernandes, por outro lado, chegou a falar em intolerância religiosa e a dizer que houve ataque à instituição igreja e seus membros.

Depois de muito embate, o autor da proposta aceitou o pedido de alguns parlamentares para que ele alterasse o termo “repúdio” para retratação, mas ainda assim o texto foi derrotado durante a votação, que a pedido de Fernandes, foi feita de forma nominal. Um dos pronunciamentos mais contundentes sobre o tema foi dito pelo deputado Guilherme Sampaio (PT), que afirmou que a religião, muitas das vezes, têm sido utilizada apenas de forma política, para “interesses menores”.

“Há uma manipulação do debate religioso para interesses políticos. Se estar aqui é porque é político. Não queria que a política padecesse desse pecado, que é a manipulação da fé para interesses particulares. A fala (do prefeito) foi retirada de contexto. Ele falava da igreja dos homens, que são falíveis e erram. Não estarei entre os que pecarão por omissão e ficarão calados”, apontou o petista.

Dra. Silvana (PL), que faz parte da bancada religiosa da Casa, afirmou que este tema lhe é caro e que é inadmissível que um prefeito se comporte como Ivo Gomes o fez. “Esse me é um assunto muito caro. A fala dele é muito clara. Eu posso até não ser uma pessoa justa, mas eu persigo a Justiça. Ele disse que a Igreja é um mal para a humanidade e se essa Casa não aprovar ela está concordando com a fala. Como é que um gestor diz que a Igreja é um mal para a humanidade? A Igreja do Senhor Jesus é pura e imaculada. Não podemos deixar que essa Casa feche os olhos para um pronunciamento que foi claro. Ninguém pode defender o indefensável”, disse Silvana.

Proposta

Ao término da discussão, votaram favoráveis à proposta de Alcides: Oscar Rodrigues (UB), Emilia Pessoa (PSDB), Alcides Fernandes, Apóstolo Luiz Henrique (Repu), Carmelo Neto (PL), Dra Silvana, Felipe Mota (UB), Fernando Hugo (PSD), David Durand (Repu) e Sargento Reginauro (UB).

Os votos contrários foram de Osmar Baquit (PDT), Agenor Neto (MDB), Cláudio Pinho (PDT), De Assis Diniz (PT), Guilherme Bismarck (PDT), Missias Dias (PT), Nizo Costa (PT), Renato Roseno (PSOL), Romeu Aldigueri (PDT), Simão Pedro (PSD), Guilherme Sampaio, Jô Farias (PT), Leonardo Pinheiro (PP), Lia Gomes, Sérgio Aguiar (PDT), Júlio César Filho (PT), Lucinildo Frota (PMN), Jeová Mota (PDT), Antônio Granja (PDT), Larissa Gaspar (PT) e Alysson Aguiar (PCdoB). Apesar de estar presente no Plenário 13 de Maio, Danniel Oliveira (MDB) se absteve da votação.

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