A crise no Partido Democrático (PDT) trabalhista continua dando sinais de que não será interrompida tão cedo. Na manhã desta terça-feira (29), diante o anúncio de desfiliação do presidente da Assembleia Legislativa Evandro Leitão, o deputado Osmar Baquit (PDT) sinalizou a possibilidade de saída do senador Cid Gomes, afirmando que poucos ficariam na sigla se isso chegar a acontecer.
Ainda de acordo com Baquit, passado quase um ano do fim da eleição ao Governo do Estado do ano passado, o PDT ainda sofre de uma espécie de dupla personalidade, tendo uma parte do partido alinhada com o Governo de Elmano de Freitas e outra, em menor número, compondo a bancada de oposição.
“Se o Cid Gomes deixar a direção estadual do partido em dezembro, a notem. De 13 deputados, não ficam cinco. Não mais que isso. Porque na realidade isso é um teatro. O partido começou todo errado”, disparou o pedetista.
Ele lembrou que no ano passado, quando da discussão de nomes para disputar o Governo do Estado, o presidente da sigla, Carlos Lupi, fez coro em defesa do nome de Roberto Cláudio, sem levar em consideração o embate político local que estava acontecendo. “Ele começou a cantar que o melhor prefeito do Brasil vai ser governador do Ceará. Como um presidente nacional do partido vem comprar uma briga com outros aliados do partido dela com a mesma pretensão? Aquilo foi um tapa na cara dos outros candidatos”.
De acordo com Baquit, o governador do Ceará, hoje, deveria ser do PDT, pois havia um posicionamento da base aliada em apoiar o nome da então governadora Izolda Cela. Com a decisão pelo nome de Roberto Cláudio, a sigla teria perdido apoio de deputados estaduais e federais.
“O partido vem sendo prejudicado todo dia. E chega a eleição, o presidente da Assembleia Legislativa, o maior quadro do partido, o mais votado do partido, fica sem o fundo eleitoral. Onde já se viu isso? O partido discriminou. Porque o deputado A pode receber R$ 300 mil e o B menos?”, questionou.
“Incoerência”
Ainda de acordo com ele, houve uma perseguição “nítida” a Evandro Leitão nas eleições do ano passado. “Se eu fosse candidato hoje, sairia do partido hoje mesmo. A Justiça não é cega. Olha a incoerência. Vamos fazer um ao de eleição e o partido não sabe se é oposição ou base governista. No mínimo, isso é covardia, é omissão”.
Ele salientou, ainda, que o presidente nacional da sigla, Carlos Lupi, “senta na cadeira do Ministério e apoia o Governo do PT”, e que no Ceará parte do partido não apoia a gestão petista. “Defendo que vossa excelência vá para o PT, porque queira ou não queira, o PT tem um governador do Estado e o político mais bem avaliado do Ceará, Camilo Santana. Tem um presidente extremamente bem avaliado. Defendo que aqueles que lhe queiram bem é onde deve estar”, disse Baquit a Evandro Leitão.
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