A Enel, mais uma vez, foi tema de diversas críticas na Assembleia Legislativa do Ceará pela falta de serviços prestados à população cearense. Deputados da Casa se revezaram para denunciar descasos cometidos pela empresa. Fernando Santana (PT), presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a fornecedora de energia, disse que há denúncias de que ela não estaria realizando manutenções de propósito, visando o lucro.
De acordo com a denúncia apresentada por Santana, a empresa teria comprado uma máquina, no valor de R$ 700 milhões, para fazer a manutenção do fornecimento de energia no Estado. No entanto, após as constantes reclamações e possibilidade de saída da empresa do mercado cearense, ela estaria vendendo o equipamento no mercado paralelo, deixando de realizar o serviço e triplicando seu lucro.
“Claro, porque se ela não faz a manutenção, tudo que entra é lucro. Cabe até a Justiça, depois de apurar, aplicar sanções perigosas para alguém da Enel. Um absurdo o que essa empresa tem feito no Ceará”, disse.
O parlamentar defendeu a criação de um grupo formado por deputados estaduais, federais e senadores para irem até Brasília, para pressionar a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que segundo ele, “mais parece um puxadinho para atender os interesses da Enel do que servir ao povo do Ceará”.
Vice-presidente da CPI, o deputado Carmelo Neto (PL) disse estar preocupado com a empresa que venha a substituir a Enel, caso ela deixe de prestar serviços ao Ceará. Ele afirmou que a Equatorial seria uma dessas fornecedoras de olho no mercado cearense de energia e que também estaria sendo investigada em comissão de inquérito, também por má prestação de serviços.
“É dever da CPI cuidar de futuros contratos para que não venha a ocorrer erros na prestação de serviços. A Aneel autorizou um reajuste na energia do Amapá no valor de 44,41%, e a empresa que opera lá é a Equatorial. É importante que a CPI deixe um legado para o futuro, uma vacina contra a má prestação de serviços”, apontou Carmelo.
O tema foi levado à tribuna pelo deputado Cláudio Pinho (PDT), que afirmou existir lugares no Ceará em que hotéis cinco estrelas estariam dependendo da energia de geradores, visto não contarem com os serviços da Enel. “Além de ter as taxas altíssimas, mandar duas contas de uma só vez, não oferece a energia que o povo precisa. Talvez a gente tenha que recorrer ao Papa, porque a Aneel não toma as medidas cabíveis para tomar a concessão dessa empresa, que se comprometeu em faze diversos investimentos na rede, e nada fez. Quem paga o pato é o povo”, lamentou.