Os ânimos dentro do Partido Democrática Trabalhista (PDT) do Ceará estão longe de serem amenizados. Foi o que ficou comprovado após reunião realizada no fim da tarde de sexta-feira. Depois de um bate-boca entre alas antagonistas, o presidente interino da sigla, o senador Cid Gomes foi acusado pelo presidente nacional em exercício, André Figueiredo, de estar atuando como em uma “ditadura”.
O ponto principal que gerou o atrito entre as partes foi a tentativa da presidência de colocar em discussão a votação sobre ingresso ou não do PDT, oficialmente, na base governista de Elmano de Freitas. Essa era uma das pautas apontadas como principais da reunião, mas o debate sobre o tema foi retirado a pedido de Figueiredo.
Em coletiva, o dirigente afirmou que a reunião, apesar de ter iniciado “ótima”, não terminou bem. “Não dá para conviver com ditaduras dentro do PDT. Vamos tomar as decisões”, disse Figueiredo, afirmando ainda que se retirou do encontro antes do encerramento “para não ser conivente com agressões descabidas contra companheiros nossos”.
A reunião seguiu, porém, somente com pedetistas alinhados com o senador Cid Gomes. Após o encontro, ele afirmou que não concordar com a alcunha de “ditador”, que tem buscado reunir a executiva do partido a cada 15 dias, ouvindo todas as partes do grupo.
“Se fui acusado, em minha defesa, o que eu faço é reunir as instâncias partidárias. Alguém pode ser ditador com essa característica? Eu faço reunião a cada 15 dias da Executiva. E faço uma reunião uma vez por mês do diretório. Isso é atitude de ditador? Em minha defesa, eu acho que eu não mereço esse título, não”, disse Cid Gomes.
Eleições
Ainda de acordo com o líder pedetista, a questão sobre ser base governista ou não foi colocada em discussão e deliberação, mas houve ponderação de não se discutir no momento o tema, o que teria sido acatado. “Ficamos discutindo algumas coisas sem ser deliberativas, e aí os ânimos se acirraram e uma parte dos presentes resolveu se retirar”.
A discordância entre partes do PDT do Ceará ocorre desde o pleito eleitoral do ano passado, ainda na escolha do nome que representaria o partido nas eleições para governador. Seguiu durante a disputa e após o resultado. Atualmente, uma parte considerável do partido está alinhada com a gestão Elmano de Freitas, inclusive, participando do Governo e outra, em menor número, faz oposição ao Executivo Estadual.