Em pronunciamento, na manhã desta terça-feira (03), na Assembleia Legislativa, o deputado Fernando Santana (PT) chamou a Enel de “caloteira” por não pagar dívidas com funcionários de terceirizada. O parlamentar, que preside a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investiga a atuação da fornecedora de energia no Ceará, afirmou ainda que, no mês de outubro, o colegiado deve visitar outros estados com o objetivo de esclarecer a situação da empresa nesses lugares.
De acordo com Santana, na próxima segunda-feira (09) acontecerá uma oitiva com os ex-funcionários da Endicon, onde relatos e provas serão adicionados às denúncias apuradas pela comissão. “Há cerca de três anos 1.1 mil funcionários dessa terceirizada esperam receber os seus direitos. Entraram na Justiça, que já determinou que a Enel deve arcar com as dívidas e, ainda assim, ela recorre e ainda que perca, não paga o que deve”, disse.
“São pais de famílias que prestaram serviços para essa empresa e não receberam seus direitos. E a Enel se utiliza de seu jurídico forte para postergar esses pagamentos. Digo a eles que contem com esta Casa, pois vamos cobrar dela uma resolutividade rápida”, afirmou o petista.
Outra reclamação de Fernando Santana referente à distribuidora de energia foi trazida pela Prefeitura de Milagres. Segundo ele, um Centro de Educação Infantil está há seis meses pronto e não é inaugurado por falta do fornecimento de energia. “É impressionante que uma empresa que ganha R$ 630 milhões por ano invista tão pouco nesse estado. Desrespeita o consumidor, seus funcionários, gestores e a própria justiça”, apontou.
“A Enel entra com mais um histórico aqui no Ceará, com a possibilidade de ser uma empresa caloteira, essa é a denúncia” – (Fernando Santana)
“São milhares e milhares de denúncias feitas contra essa empresa. A cada dia tem denúncia nova. A novidade, que é ruim, é sempre uma nova má prestação de serviço e agora esse calote dado a funcionários. Vamos denunciar em Brasilia, nas proximas semanas, após as oitivas, essa empresa Enel”, afirmou.
Ainda de acordo com ele, a empresa se comprometeu em fazer investimentos da ordem de R$ 6 milhões para a melhoria dos serviços. No entanto, ele avaliou a proposta como “conversa fiada”, uma vez que o lucro da Enel seria de mais de R$ 630 milhões. Na segunda-feira (09), haverá oitiva da CPI da Enel com o Sindieletro e na terça-feira (10), com membros da Aprece.
No decorrer do mês, os membros do colegiado pretendem realizar quatro viagens, sendo uma ao Piauí, para visitar a sede da Equatorial e acompanhar a CPI contra a empresa; outra a São Paulo, onde também está sendo realizada uma CPI da Enel, além de uma visita a Goiás, que segundo Santana teve melhoria com a saída da Enel. “Queremos também denunciar a Enel na Bolsa de Valores de São Paulo”, pontuou.
