A cada reunião da “CPI da Enel” e novas revelações sobre a atuação da empresa no Ceará, os deputados da Assembleia Legislativa levam o tema à tribuna da Casa e apontam falhas da fornecedora. Na manhã desta terça-feira (10), o tema voltou a ser debatido no Plenário 13 de Maio, com críticas sobre os serviços prestados no Estado nos últimos anos.
Para Osmar Baquit (PDT), a Enel “é uma empresa que não investe, não respeita o consumidor e que está com inúmeras obras paradas no Ceará, porque a Enel não liga. Existem adutoras construídas para levar água para a zona rural do Ceará e a Enel não liga a energia há mais de seis meses. Isso afeta a todos nós”.
Ele reverberou denúncia levada pelo presidente da CPI, Fernando Santana, na semana passada, dando conta de que cerca de 1.100 ex-funcionários da empresa entraram com ação na Justiça para receberem seus salários. “A empresa tem terceirizados que estão na Justiça porque não recebem seus salários. Isso é uma aberração. A Enel recorreu para não pagar essas pessoas”, pontuou.
Ele também disse estar preocupado com o fato de a possível substituta da Enel, a Equatorial, estar sendo investigada por CPI no Piauí. O deputado Moésio Loiola (PP) afirmou que, em conversa com um morador do Estado vizinho, ficou sabendo que a empresa Equatorial seria tão ruim ou pior do que a Enel. “Ele disse que se essa Equatorial vir para o Ceará, o cearense vai morrer de saudades da Enel”.
O deputado De Assis Diniz (PT) afirmou haver um consenso entre a população cearense que é a crítica à prestação de serviços da empresa. “Não dá para continuar com essa precariedade do serviço. O dinheiro que levaram daqui para acionistas de fora deixou esse buraco. E quem paga somos nós”, lamentou.
Missias do MST (PT) destacou que no Interior do Ceará cerca de 100% da população desaprova os serviços prestados pela Enel. “Tem comunidade que passa dois dias sem energia elétrica, porque a Enel não vai fazer o serviço. É uma situação de uma impotência do nosso povo que não podemos admitir”. Sobre a possibilidade de ingresso da Equatorial no comércio de energia no Ceará, ele afirmou que “não dá para tirar um ruim e colocar um mais ruim”,