O temor a uma escalada regional do conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas aumentou neste domingo, 15, com um novo e intenso fogo cruzado entre Exército israelense e Hezbollah no norte, em meio a ameaças do Irã. Os EUA expressaram preocupação com um possível envolvimento direto de Teerã, que apoia o Hamas e o Hezbollah. Os americanos enviaram mais armas para Israel e um segundo porta-aviões para a região.
Foi o dia de maior violência entre a facção libanesa Hezbollah e os israelenses. Um ataque do grupo libanês matou uma pessoa na cidade israelense de Shtula. Mísseis antitanque e foguetes foram lançados ao longo do dia, e no começo da noite, caças de Israel bombardearam posições do grupo no sul libanês, enquanto soldados de ambos os lados trocavam fogo.
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, afirmou em um vídeo que seu país não tem interesse em um novo conflito com o Hezbollah, mas que o grupo precisava estar atento às consequências.
O principal patrocinador do Hezbollah e um dos maiores aliados do Hamas na região, o Irã fez ameaças. “Se a agressão sionista não parar, as mãos de todos os envolvidos estão no gatilho”, afirmou o chanceler do Irã, Hossein Amirabdollahian, segundo a imprensa estatal iraniana, em referência à retaliação do Estado judeu contra Gaza, dominada pelo Hamas desde 2007.
Depois, à rede de televisão Al-Jazeera, o chanceler iraniano disse que seu país não pode ser só um observador. “Se o escopo da guerra se expandir, danos significativos serão infligidos aos EUA”, disse.
A escalada deste domingo vem um dia após o chanceler iraniano encontrar-se com o líder político do Hamas, Ismail Haniye, no Catar. Ele também se reuniu com representantes do Hezbollah e da Jihad Islâmica, outro grupo anti-Israel que compõe, com a Síria, os aliados que Teerã chama de Eixo da Resistência.
Em resposta, o conselheiro de Segurança Nacional Jake Sullivan afirmou que os EUA procuraram o Irã por canais informais para alertar o país de que não deveria haver envolvimento na crise de Israel.
Para responder a esta ameaça, o Pentágono está dobrando o poder de fogo americano no Oriente Médio, em um esforço para impedir uma guerra regional mais ampla.
O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd J. Austin, disse no sábado que havia deslocado um segundo porta-aviões para o Mediterrâneo oriental “para impedir ações hostis contra Israel ou quaisquer esforços para ampliar essa guerra” após o ataque terrorista do Hamas a Israel no dia 7. Espera-se que o segundo porta-aviões, o Dwight Eisenhower, chegue nos próximos dias. A Força Aérea também está enviando aviões de ataque terrestres adicionais para a região do Golfo Pérsico.
O Pentágono também mandou uma pequena equipe de forças de Operações Especiais a Israel para auxiliar na inteligência e no planejamento de operações para ajudar a localizar e resgatar os reféns que o Hamas mantém em seu poder, incluindo alguns americanos.