Médicos em Gaza alertaram neste domingo, 15, que milhares de pessoas poderiam morrer se os hospitais lotados de feridos ficassem sem combustível – para gerar energia elétrica – e suprimentos básicos. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), as unidades de saúde vão parar de funcionar em dois dias, caso não recebam combustível. A única central elétrica de Gaza foi fechada, depois de Israel bloquear o acesso ao território.
No Hospital Nasser, na cidade de Khan Yunis, no sul, as UTIs estavam cheias – a maioria de crianças com menos de 3 anos. Centenas de pacientes com ferimentos graves, em razão de explosões, deram entrada nos últimos dias. Segundo Mohammed Qandeel, médico intensivista do local, o combustível para os geradores deve acabar hoje.
Segundo ele, há 35 pacientes na UTI que dependem de respiradores e outros 60 em diálise. “Quando acabar o combustível, todos os equipamentos vão ser desligados”, disse. “Estamos falando de outra catástrofe, de outro crime de guerra, de uma tragédia histórica”, disse ele, enquanto o grito de dor das crianças podia ser ouvido ao fundo. “Todos esses pacientes correm o risco de morrer se houver falta de energia.”
No Hospital Kamal Alwan, no norte da Faixa de Gaza, Hussam Abu Safiya, diretor da ala pediátrica, disse que eles não haviam evacuado o local apesar da ordem israelense, pois não havia uma maneira de transferir pacientes sem colocar suas vidas em perigo De acordo com ele, sete recém-nascidos estavam na UTI usando respiradores.