Deputados e vereadores querem explicações sobre “cortes propositais” de recursos para o câncer

De acordo com Carlos Mesquita, o governador não tem atuado naquilo que é de obrigação do gestor com a Capital cearense. Foto: CMFor

Vereadores de Fortaleza e deputados da Assembleia Legislativa querem explicações do vereador Carlos Mesquita (PDT), líder do Governo Sarto na Câmara Municipal, sobre suas falas em que ele afirma que houve “corte proposital” da gestão de recursos para tratamento do câncer. Parlamentares chegaram a propor um convite ao parlamentar para que ele se explique no Poder Legislativo Estadual.

De acordo com o deputado Guilherme Sampaio (PT), esse é o principal tema da política local nesta semana e deveria ser reverberado nos órgãos de fiscalização do Estado. “Um fato gravíssimo, uma denúncia que não partiu do Partido dos Trabalhadores, nem de nenhum membro da base governista nesta Assembleia, tampouco dos vereadores na Câmara Municipal. Quem disse foi o líder do prefeito na Câmara Municipal, a liderança do prefeito na Câmara Municipal, de que a Prefeitura fez corte proposital nos recursos para pacientes de câncer do Centro Regional Integrado de Oncologia (Crio) para pressionar o Governo do Estado”, frisou.

O deputado ressaltou ainda a importância de avaliação do caso por parte do Ministério Público e da Câmara Municipal. O deputado Cláudio Pinho (PDT), aliado do prefeito Sarto, solicitou a presença do secretário de Saúde do Município, Galeno Taumaturgo, para esclarecer na Assembleia as falas do vereador. Guilherme Sampaio, porém, afirmou que as explicações de Mesquita seriam mais importantes, uma vez que foi ele quem fez tais afirmações.

“Todos nós acompanhamos a irresponsabilidade feita pela Prefeitura quando fechou as emergências simultaneamente para reforma logo após a pandemia. Isso é gravíssimo. Uma parte da oposição aqui, inclusive, a bancada de direita da Câmara Municipal, tenta encobrir aquilo que deve ser pauta do Ministério Público, do Judiciário, da Cãmara, da imprensa, de todos aqueles que não podem admitir que paciente de câncer tenha seu tratamento suspenso porque a Prefeitura quer pressionar o Governo do Estado a fazer isso ou aquilo”, disse Sampaio.

O tema também norteou os trabalhos da Câmara Municipal de Fortaleza na sessão ordinária de quinta-feira (16). O vereador Léo Couto (PSB) chegou a dizer que as falas de Mesquita não são feitas sem antes um aval do prefeito Sarto, afirmando que o parlamentar teria “combinado com a Prefeitura”. “Isso é muito grave. Pessoas estão sofrendo com oncologia. A Prefeitura, no começo do ano, fechou um turno e deixou de repassar R$ 7 milhões e repassaram R$ 3,5 milhões como se fosse incremento. E o líder do Governo diz que o corte foi proposital”.

A vereadora Professora Adriana Almeida (PT) disse que a fala foi “infeliz” e “grave”. Segundo ela, é preciso que a Prefeitura se posicione em relação ao pronunciamento de Mesquita. “Milhares pacientes são tratados pelo CRIO. Isso é , no mínimo, não cuidar das pessoas, não ter compaixão. Isso foi dito por uma liderança do prefeito nesta Casa e o prefeito tem que se explicar. Por que cortou propositalmente para punir o Governo do Estado? Prefeito Sarto, você está punindo as pessoas que têm câncer. Não se brinca com a vida das pessoas. A vida das pessoas precisa ser cuidada”, defendeu.

“Você ouvir do líder do prefeito que de propósito cortou verba para a oncologia é grave”, disse Eudes Bringel (PSB). Apesar da minha tia ter plano de saúde, foi uma dificuldade muito grande de vencer um câncer. Agora, você imagina uma pessoa que depende do tratamento desse pelo SUS. Isso é muito triste de se ver. O prefeito Sarto está preocupado apenas em fazer política ao invés de tratar das pessoas”, afirmou o pessebista.

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