Diante os casos de assassinatos ocorridos nos últimos dias no Ceará, a Segurança Pública voltou a ser debatida na tribuna da Assembleia Legislativa, na manhã desta terça-feira (28). Deputados de oposição cobraram medidas mais efetivas e lamentaram os números da violência, enquanto que a base governista apresentou ações do Governo do Estado para tentar reduzir os índices de criminalidade.
O tema foi levado à tribuna pelo deputado Cláudio Pinho (PDT), que chegou a dizer que de quinta-feira até o início desta semana, 60 pessoas teriam sido assassinadas no Ceará. Ele chegou a sugerir uma intervenção federal na Segurança Pública do Estado como medida para minorar os índices de crimes letais.
“Talvez seja o momento de uma intervenção federal na Segurança Pública do Estado do Ceará”, disse ele, lembrando ainda o caso de um adolescente de 15 anos, que morreu em uma ação da Polícia, no Município de São Gonçalo do Amarante. “Começaram os tiros, o cavalo dele fugiu e ele correu. O tiro pegou nas costas, que o levou ao óbito. A família está arrasada e São Gonçalo comovida. Quem poderá trazer a vida desse jovem que tinha tanto para viver?”, questionou.
O deputado Sargento Reginauro (UB) destacou a importância de ações de combate à violência no Ceará. “O problema é sério e grave. Precisamos de uma força tarefa para esse combate”, defendeu. Em seu pronunciamento, o parlamentar também criticou a indicação do ministro da Justiça e Segurança Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal (STF), e destacou que a violência tem aumentado nos últimos meses e ações efetivas não têm dado resultado.
Felipe Mota (UB) afirmou ter enviado e-mail para a Secretaria de Segurança Pública para tentar discutir o tema com a gestão, mas não recebeu qualquer resposta do órgão. “O secretário que não atende a um deputado, imagine o povo. Você não está acima de Deus, nem eleito foi”, disparou.
Já Júlio César Filho (PT) destacou as ações do governador Elmano de Freitas para tentar reduzir os índices de criminalidade no Estado. “É importante colocar as ações com que o Governo do Estado está tomando para que a gente possa combater a violência. Houve convocação de 714 policiais civis, reforço de escrivães, para fortalecer a investigação. Há um esforço para que o efetivo venha se fortalecer e foi anunciado o chamamento de mais de 2 mil agentes de segurança. Não é o ideal, mas um esforço”.
Ele também disse que vai dialogar com o secretário da Segurança Pública, Samuel Helânio, para saber o que houve e marcar uma agenda com os parlamentares. “Levarei o pedido de vossas excelências. Os números são positivos, e se for o caso, ele pode até convidar outros deputados para se fazerem presentes na nova Secretaria de Segurança”.