Questões ideológicas e religiosas voltaram a nortear os trabalhos da Assembleia Legislativa, na manhã desta quinta-feira (14). O deputado Sargento Reginauro (UB) rebateu falas de Apóstolo Luiz Henrique (Repu) contra a bancada de oposição e criticou o apoio do colega ao Partido dos Trabalhadores (PT), legenda do governador do Estado Elmano de Freitas.
Em suas palavras, o Legislativo Estadual não é lugar para se “arrotar prepotência”, apresentando “suposta autoridade moral, espiritual, que só a prática pode conferir, e não o discurso”. O pronunciamento de Reginauro foi feito após falas de Henrique, que chegou a chamar a bancada de oposição de “fariseus”.
Para ele, parlamentares cristãos não votam em apoio ao Partido dos Trabalhadores, que segundo ele, faz apologia ao aborto em seu estatuto. “Para mim, cristão votar em um partido que traz em seu estatuto a apologia ao aborto é algo esquisito”, apontou.
Ele disse que Apóstolo foi violento com todos os parlamentares de oposição, destacando que apesar das discussões com a base governista, não discute amizades e relações. “Fique à vontade para continuar me condenando, como quis fazer como profeta de Deus. Do alto de sua presunção se acha no direito de fazer isso. O povo do Ceará conhece meu trabalho e sabe como me comporto. Eu tenho dificuldade na política, porque não sei fingir. Não exijam de mim falsidade e cena”.
“O pior lugar é em cima do muro. O muro pertence a Satanás. Quem fica em cima do muro não está nem de um lado e nem do outro”, destacou a deputada Dra. Silvana (PL) ao corroborar com as falas de Reginauro.
Alcides Fernandes, pivô do clima tenso com Apóstolo Luiz Henrique, afirmou não ter dito que o colega teria sido “vendido”. “Recebi proposta de ser governista, de ter um lado aqui. O que eu me propus aqui foi bater na esquerda e assinar aquilo que for bom para o Estado do Ceará. O senhor me agrediu muito, eu estava orando e você disse que não adianta baixar a cabeça. Isso é meninice. Eles estão preparando um teatro para dois pastores se digladiarem. Não caia nessa”, disse.
Felipe Mota (UB) afirmou que “aquele que tenta elevar sua voz, como se fosse o único correto no mundo, sempre ao final será o culpado e terá consequências”. Ele disse ter se sentido atacado com as falas de Apóstolo Luiz Henrique. Em suas palavras, houve uma tentativa por parte do governista de fazer “uma batalha religiosa” na tribuna do Plenário 13 de Maio.
