O Conselho de Segurança da ONU adotou nesta sexta-feira, 22, a resolução que pede o aumento da ajuda humanitária aos civis na Faixa de Gaza. Após quase uma semana de intensa negociação para evitar que os Estados Unidos, principal aliado de Israel, vetassem o texto, foi aprovada uma versão diluída, sem a parte que pedia a “suspensão urgente das hostilidades” no enclave.
Os Estados Unidos já haviam usado o poder de veto como membro permanente do Conselho duas vezes para barrar resoluções que pediam cessar-fogo em Gaza, onde a guerra já deixou mais de 20 mil mortos, segundo o ministério da Saúde local que é controlado pelo Hamas. Dessa vez, decidiu se abster, permitindo que a resolução fosse aprovada após uma intensa negociação que contou com Egito e Emirados Árabes Unidos.
Depois de ser suspensa repetidas vezes durante a semana enquanto o texto era modificado para garantir o apoio de Washington, a votação terminou com 13 votos a favor e nenhum contrário. Além dos EUA, a Rússia, que também é membro permanente do Conselho, se absteve. Moscou havia sugerido uma alteração que incluía a pausa nos combates, ao que a Casa Branca se opõe.
Principal aliado de Israel, os Estados Unidos têm repetido que Tel-Aviv tem o direito de se defender e que o cessar-fogo não trará a paz duradoura para região. Recentemente, no entanto, o governo Joe Biden alertou que o primeiro-ministro israelense Binyamin Netanyahu estava começando a “perder apoio” depois que os dois lados expressaram publicamente as suas divergências sobre o futuro de Gaza. Desde então, a Casa Branca tem elevado a pressão para garantir a proteção dos civis no enclave palestino
A resolução apresentada pelos Emirados Árabes Unidos, o único país árabe atualmente no conselho de 15 membros, apela às partes em conflito em Gaza que permitam a utilização de “todas as rotas disponíveis” para Gaza para entrega de ajuda, segundo o rascunho distribuído antes da votação. No lugar da “suspensão urgente das hostilidades”, o Conselho pede que se estabeleçam “condições para uma cessação sustentável das hostilidades”.