O deputado Sargento Reginauro (UB) voltou a tratar sobre o tema da violência no Ceará, em seu pronunciamento na tribuna da Assembleia Legislativa, na manhã desta terça-feira (04). Mais uma vez, o parlamentar voltou a cobrar um trabalho em conjunto de todos os órgãos vigentes e lamentou o que denominou de “inércia” do Governo do Estado.
O opositor lembrou que o governador Elmano de Freitas encontra-se cuidando de sua saúde, mas destacou que algo deveria ter sido feito no ano passado. “Ele passou o ano inteiro podendo adotar alguma medida. Temos uma vice-governadora que deve estar no exercício do cargo. Temos um secretário de segurança, que é o responsável pelo cargo. Vamos a cada semana apenas lamentar mais uma chacina?”, questionou.
Reginauro disse que a Assembleia Legislativa estava se apequenando ao não conseguir aprovar requerimento propondo força-tarefa para a segurança ou convite para diálogo com o secretário de Segurança Pública. “Está chegando na população. Está matando crianças, está matando mulheres. Estamos no 8 de março e ninguém se preocupou aqui de fazer uma justa provocação com quatro mulheres assassinadas no Município de Caucaia. Aí, neste fim de semana, o diretor de uma escola indígena assassinado em Caucaia”, lamentou.
Ele chegou a dizer que o diretor estava evitando a comercialização de drogas dentro da escola indígena, o que teria motivado a morte dele. “O povo cearense está completamente refém a este tipo de ação”. Também voltou a fazer críticas à condução da gestão da Secretaria de Segurança Pública. “Enquanto Goiás comemorou 20 dias sem um homicídio em Goiânia, a Capital do Estado, imagine Fortaleza passar 20 dias sem nenhum homicídio? Seria um sonho. Aqui, a cada fim de semana, são 10, 15 homicídios”.
Apresentando estudo sobre a violência no Estado, o parlamentar afirmou que, apesar do aumento do efetivo, isso não gerou melhoria na Segurança Pública do Estado. “Eu sei do que estou falando. Eu tenho propriedade no que estou falando. Coloque mais 2 mil policiais para dentro, não vai resolver o problema. A gente escuta delegados reclamando, oficiais reclamando dessa inércia, dessa falta de atitude. Só aqui que a gente não tem um trabalho efetivo”.
Crime Organizado
O deputado Cláudio Pinho (PDT) corroborou com Reginauro e disse que nos últimos 20 anos não houve política nacional para evitar a proliferação de facções criminosas e ocupação de territórios. “Até para se realizar obras públicas no Brasil afora tem que se pedir autorização ao crime organizado. Eles são mais organizados do que o Estado”, lamentou.
A deputada Emília Pessoa (PSDB) também lamentou a situação da violência no Ceará, citando em específico o Município de Caucaia. Ela criticou gestores “forasteiros” que prometiam melhoria na Segurança da cidade, mas a situação piorou. “Falar de segurança pública é fazer com que o Estado direcione todos os esforços para poder investir na estrutura e tecnologia e ao incentivo aos homens e mulheres da segurança”.