O fim de semana foi recheado de sinais oriundos de lideranças do PT e PSB, principais legendas com gestões no Ceará. Enquanto o governador Elmano de Freitas afirmou que não tem preferência de nomes e não vai interferir no processo interno petista, mas defendendo os chamados encontros, o senador Cid Gomes apontou a necessidade de compartilhamento do poder.
Os dois estavam citando, especificamente, a situação na Capital cearense, Fortaleza, uma das principais apostas do PT, do PDT e, aparentemente, do PSB. Lideranças petistas já sinalizaram apoio a uma eventual candidatura do presidente da Assembleia Legislativa, Evandro Leitão (PT), como candidato do Partido dos Trabalhadores. Elmano de Freitas, por outro lado, preferiu ficar em cima do muro.
Já Cid Gomes, como tem feito desde que ingressou no PSB, aponta a necessidade de compartilhamento de poder e aponta que no Ceará o Partido dos Trabalhadores já possui o comando do Governo do Estado, da Presidência da República, e, atualmente, também da Assembleia Legislativa.
“Não há nenhum questionamento ou dúvida de que todo aquele arco de aliança que esteve comigo lá atrás, que respaldou o governo do Camilo e que, boa parte, apoiou o Elmano, e outros que se juntaram, deva ter um candidato só”, defendeu o líder pessebista.
No entanto, ele emendou que, apesar de não se considerar “o dono da verdade” ou um “radical”, acha que há um exemplo a ser seguido no Ceará de “compartilhamento de poder, de não-concentração, de não-hegemonização da política”. “Acho que é algo bom. Eu tenho defendido com lealdade que a gente possa ter um candidato que não necessariamente seja do mesmo partido que já tem a Presidência da República e que tem o Governo do Estado”, disse.
“Acho que o poder tem que ser compartilhado e vou defender essa tese com lealdade. Vou procurar credenciar o PSB para que ele tenha alternativas” – (Cid Gomes)
“Eu penso que deve ter uma candidatura de oposição porque tem muito o que melhorar em Fortaleza. Muito mesmo. Portanto, é importante que a gente já vá fazendo o diagnóstico, torne essas coisas públicas, compare, veja como já foi no passado, o que avançou, o que fez para retroagir e proponha, assuma compromissos”, afirmou.
Melhor
O presidente nacional do PSB, que esteve presente em evento do partido em Fortaleza, afirmou que há uma hipótese de candidatura própria da legenda na Capital cearense, mas isso é uma decisão que caberá aos dirigentes locais. “Nós sempre estamos defendendo candidaturas do PSB, agora, em muitas ocasiões temos que fazer alianças, mas, se puder ser do PSB, obviamente, é melhor”.
O presidente estadual da sigla, Eudoro Santana, que é pai do petista Camilo Santana, por outro lado, defende a construção de um diálogo e unidade entre os partidos aliados. “Eu não tenho nenhuma manifestação de apoio a nenhuma pré-candidatura do PT. Acho que não me cabe nesse momento. Acho que cabe buscar me preservar para construção do diálogo e da unidade”, defendeu.