A criminalidade que tem tomado conta do Ceará voltou a ser tema de debate na Assembleia Legislativa na manhã desta terça-feira (23). Destacando os assassinatos de um funcionário do Instituto Dr. José Frota (IJF) e de um estudante dentro de sala de aula em Fortaleza, o deputado Sargento Reginauro (UB) voltou a cobrar medidas mais concretas por parte do Governo do Estado e a criticar a atuação da Secretaria de Segurança do Estado.
“Um funcionário de uma empresa terceirizada foi assassinado a tiros hoje dentro do hospital. Não satisfeito, o criminoso pegou uma arma branca e decapitou a vítima, tudo isso próximo ao refeitório dos funcionários. Os profissionais estão em pânico”, destacou o deputado, apontando a gravidade do fato ter ocorrido dentro do maior hospital de traumas do Ceará.
Ele destacou, ainda, o assassinato de um adolescente de 16 anos, baleado dentro da Escola Municipal Delma Hermínia, no bairro Jangurussu, também na Capital cearense. “O que está acontecendo com os humanistas deste Estado? Ninguém fala mais nada. Acabaram as manifestações em defesa da mulher, da criança e do adolescente?”, questionou ele sobre o papel de entidades ligadas à esquerda brasileira.
Reginauro voltou a dizer que o Estado está dominado pelas facções e solicitou ações urgentes dos órgãos de segurança pública e do governador Elmano de Freitas. “Não é possível que ele não esteja sendo cobrado como nós estamos sendo solicitados no dia a dia. Não se pode deixar que essa tragédia continue tomando conta do Estado. Porque é o povo que está sofrendo”, assinalou.
Inteligência
Em defesa da gestão, o deputado De Assis Diniz (PT) afirmou serem inverídicas as afirmações de que o Estado está dominado pelas facções criminosas. Segundo ele, o Ceará não produz cocaína, não tem indústria bélica e e está inserido em um contexto em que o crime organizado se nacionalizou. “As facções têm poder, mas há um trabalho, há uma reação a esse crime”, disse.
Ainda segundo ele, o Estado tem registrado aumento na apreensão de entorpecentes e armas, assim como tem investido em inteligência para as forças de segurança. “Vamos cobrar o que deve ser cobrado em relação à segurança pública, mas vamos exigir que sejam apresentados fatos da realidade do que temos vivenciado nestes últimos anos para fundamentar essas cobranças”.