Oposição a Sarto se mostra combativa e unida

A aprovação de projeto que autoriza empréstimo no valor de R$ 425 milhões para a Prefeitura de Fortaleza demonstrou dois pontos distintos do momento político-partidário na Câmara Municipal de Fortaleza em ano eleitoral. Um é que a bancada de oposição se mostra mais coesa e combativa, apontando falhas e fazendo cobranças. O outro diz respeito ao fato de a base governista do prefeito Sarto conseguir, ainda que no limite, aprovar propostas de interesse do Poder Executivo.

Na votação da matéria, quase todos aqueles que, após a janela partidária, se filiaram a partidos de oposição, votaram contra o texto. Consul do Povo (PSD) se absteve, enquanto que Ronaldo Martins (Repu) faltou à votação. Estiveram alinhados nas críticas ao projeto petistas, bolsonaristas, psolistas e ex-governistas insatisfeitos com a gestão. Muitos deles se posicionaram de forma dura contra o Governo, alguns afirmando que a Prefeitura só teria obras em áreas nobres da cidade ou nas regiões que são colégios eleitorais de governistas.

Foram 16 votos contrários a um projeto do Governo Municipal, uma das propostas mais rejeitadas pela Casa Legislativa. Essa união só foi percebida em outros dois momentos, durante a atual legislatura: quando da votação da taxa do lixo, que foi um marco para mudança de posicionamentos na Casa, e durante discussão de desafetação no fim do ano passado em que a base governista reconheceu a derrota.

A união da oposição, agora, só foi possível graças às mudanças partidárias ocorridas durante a janela partidária, o que fez com que a oposição crescesse o número de representantes na Câmara de Fortaleza.

Além de mais fortalecida, a oposição demonstra interesse em se tornar mais combativa no Plenário Fausto Arruda, com críticas encabeçadas por parlamentares do PT, PSOL e PL, sendo que as duas primeiras estão em lados opostos do campo ideológico com a terceira. Apesar de distanciadas ideologicamente, elas estiveram unidas no discurso da última quinta-feira.

Articulação

No entanto, apesar das críticas e mobilização para derrubar a matéria, a base governista também se articulou, inclusive, com a presença in loco do secretário de articulação política do Governo, Elpídio Moreira. Ele chegou, inclusive, a ser citado na tribuna da Casa, sendo alvo de críticas do vereador Bruno Mesquita (PSD), ex-aliado da gestão, que o acusou de perseguição política por mais de um ano.

No fim das contas, o Governo venceu a queda de braço com 24 votos favoráveis, 16 contrários e uma abstenção. Até o pleito eleitoral de outubro essa deve ser a tônica das ações na Casa Legislativa da Capital cearense. Com discursos mais incisivos dos oposicionistas e mais participação da gestão junto aos governistas para evitar derrotas no Plenário Fausto Arruda.

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