Como tem ocorrido nos últimos pleitos, os institutos de pesquisa voltaram a ser alvo de críticas de políticos, principalmente, aqueles que não concordam com o resultado das amostragens. Na manhã desta terça-feira (27), o tema foi abordado por deputados estaduais na tribuna da Assembleia Legislativa.
O deputado Osmar Baquit (PDT), por exemplo, afirmou que a maioria dessas empresas atua de forma irregular, muitas das vezes, sendo utilizados apenas para beneficiar determinadas candidaturas. De acordo com ele, outros dados poderiam orientar o voto dos eleitores, como maior número de debates entre os postulantes e participação de padrinhos políticos na campanha.
Entre os candidatos mais bem avaliados em Fortaleza, ele apontou que o prefeito Sarto (PDT) é afilhado político de Ciro Gomes e Roberto Cláudio, enquanto que André Fernandes (PL) tem o ex-presidente Jair Bolsonaro como seu padrinho, e Evandro Leitão (PT) o ministro Camilo Santana, o presidente Lula e o governador Elmano. Ele sinalizou que apenas Capitão Wagner (União) não é apadrinhado de outra liderança política.
Segundo Baquit, institutos que desenvolvem as pesquisas estariam sendo “irresponsáveis” no seu método de aplicação. “É um crime o que alguns institutos de pesquisas estão fazendo pelo Brasil. Manipulando, se vendendo, entregando resultados que não são verdadeiros. E isso pode prejudicar muita gente”, opinou.
Conforme indicou, há falta de transparência nos métodos utilizados o que confunde a população durante as entrevistas, bem como na divulgação dos resultados. “As coisas devem ser conduzidas de maneira séria e transparente, sem confundir a população. É claro que aqueles candidatos mais conhecidos estarão na frente, ou mesmo aqueles que têm padrinhos com história na política”.
“Sejam honestos com o que está sendo avaliado, pois infelizmente tem gente que não quer perder o voto e sequer leva em conta o que os candidatos defendem” – (Osmar Baquit)
Candidata a prefeita em Maracanaú, a deputada Dra Silvana (PL) concordou com o colega deputado, afirmando que os institutos mudam a todo instante o postulante que estaria na frente nas pesquisas. “A população não precisa tanto dessas pesquisas, ela precisa de informação sobre os candidatos e de mais debates de ideias. Esses institutos viraram piada e suas pesquisas só servem para confundir a cabeça do eleitor”, disse.
O deputado Antônio Henrique (PDT) também se debruçou sobre o assunto. Em contraponto às falas de Baquit, ele discordou da ideia passada de que o apoio do governador e do presidente da República são mais relevantes para um determinado candidato. Segundo ele, os governantes não deveriam governar para aliados, mas sim para toda a populaão.
