
Líder pedetista, Ciro Gomes afirmou, na manhã desta terça-feira (06), que “é um equívoco absolutamente trágico” a permanência do PDT na base aliada do presidente Lula. Após a demissão de Carlos Lupi do Ministério da Previdência, devido a irregularidades em repasses do INSS, Ciro demonstrou incômodo na indicação de Wolney Queiroz para substituir o presidente nacional do PDT. A bancada pedetista decidiu deixar a base governista.
Em visita à Assembleia Legislativa, Ciro Gomes afirmou que o esquema fraudulento teria iniciado no Governo do ex-presidente Michel Temer, passando pela gestão de Jair Bolsonaro e seguindo até ser descoberto na Presidência de Lula. No entanto, de acordo com o pedetista, enquanto nas gestões passadas girava em torno de R$ 200, R$ 300 milhões por ano, no Governo petista, conforme disse, passou para R$ 3 bilhões.
“Do ponto de vista da apuração desse crime, nós precisamos aprofundar as investigações, identificar os autores, qualificar quem se apropriou desse dinheiro sujo, tirado dos aposentados que estão doentes, sofridos e tal, e obrigá-los à cadeia e a devolver o dinheiro. Agora, fecha essa página. Vamos para a responsabilidade política. Quem é o responsável político por essa questão? É o Temer, é o Bolsonaro e é o Lula. Vão transferir para os auxiliares? Isso é uma tentativa de queima de fusível. Sabe como funciona? Quando a tensão dá um pico, ele queima para proteger a fiação”, disse.
Ciro Gomes disse que a permanência do PDT na base governista de Lula é “um equívoco absolutamente trágico”. “Eu fico morto de vergonha e acho uma indignidade inexplicável. O PDT continuar no governo é um equívoco absolutamente trágico, porque abre mão de uma opção de fazer uma proposta de desenvolvimentismo nacional para virar um puxadinho vergonhosamente corrompido do PDT e do seu governo corrupto”.
Ainda de acordo com ele, o presidente Lula “fritou” o ex-ministro Carlos Lupi e nomeou seu braço direito para ocupar o seu lugar no Ministério da Presidência. “Por quê? Qual é a culpa do Lupi, se não uma responsabilidade remota que cabe ao Lula, política não dolosa e tal? Ora, e o que o Lupi fez de omissão que o secretário-executivo do ministério, nada mais nada menos do que responsável pela gestão do ministério, deixou de fazer igual?”, questionou.