
O ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio confirmou, na manhã desta terça-feira (03), sua filiação ao União Brasil, o que deve acontecer ainda na primeira quinzena do mês de junho. O líder político teceu críticas à gestão do governador Elmano de Freitas, por segundo ele, ter aparelhado o Governo com cargos para parentes de aliados do PT, e destacou conversa que teve com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre fortalecimento da oposição no Ceará.
Segundo ele, sua decisão de deixar os quadros do PDT lhe dará, a partir de agora, “mais conforto pessoal” de poder construir uma frente coesa de oposição no Estado do Ceará. Roberto Cláudio também colocou seu nome como pré-candidato ao Governo do Estado pelo União Brasil, o que foi tratado com o presidente estadual da sigla, Capitão Wagner, juntamente com lideranças nacionais do partido.
“Estamos colocando nosso nome como pré-candidato, com desprendimento pessoal, para construir uma chapa mais forte, que una mais, que possa sinalizar para o povo dentro de um futuro de melhoria para o Ceará”, disse. De acordo com ele, ao longo de 2025 haverá debate para crescimento da unidade dentro da oposição, com apresentação de nomes para a disputa no Legislativo, além de outros a serem estimulados. “Temos fortes nomes que possam compor com a oposição”.
Na avaliação de Roberto Cláudio, “o PT está produzindo um Estado de caos que nos anima a fazer esse tipo de união, que possa dar respostas alternativas estruturais na política, e pode sinalizar esperança e prosperidade para o Ceará”. Segundo disse, o governador Elmano de Freitas “deveria assumir, como líder maior do Estado do Ceará, o papel de enfrentar o crime. Se o líder maior não tem coragem, tenta botar poeira para debaixo do tapete, quando não entende a gravidade do problema, a escala hierarquica vai seguir todo o caminho”.
“Está faltando autoridade, força e coragem. Líder é para ter autoridade e atitude. É o que está faltando ao Governo”, afirmou. Ainda de acordo com Roberto Cláudio, apesar de ter deixado os quadros do PDT, aqueles deputados que permaneceram no partido seguem fazendo parte de seu grupo político,e devem migrar para outras legendas a partir da abertura da “janela partidária”, em março do próximo ano.
Roberto Cláudio também falou em tentativas de cooptação por parte da base governista, oferecendo vantagens a alguns políticos da bancada, ou quando após o pleito de 2022 houve pressão para que o PDT aderisse ao Governo. Segundo disse, caso aceitasse esse tipo de ação, estaria desrespeitando o eleitorado que votou nele,contra o projeto do PT. “O caminho que escolhi é o caminho difícil, mas o caminho de minhas convicções. Continuo Leal e coerente a 2022, à trajetória de 2022 até aqui”.
O ex-prefeito destacou que na conversa que teve com o ex-presidente Jair Bolsonaro se discutiu o Ceará, especificamente o que está acontecendo na política local, com necessidade de se construir uma frente ampla para enfrentar o PT, mas também apresentar um projeto efetivo de mudanças de rumos na área social, na economia e na condução política do Estado. “Hoje tem um aparentado de poderoso no Ceará no Governo, um poder que só tem servido a uma pequena patota. E o povo tem ficado de fora dessa mesa”. Ele definiu a conversa com Bolsonaro como “muito respeitosa, cordial, uma ótima conversa”.
Base Governista
Sobre estar ao lado de bolsonaristas no pleito de 2026, Roberto Cláudio citou as “contradições” do PT, que se uniu a Geraldo Alckmin,que já havia feito críticas ao presidente Lula, ou a briga entre Eunício e Camilo Santana durante o pleito de 2014, e agora o emedebista é um dos nomes defendidos para o Senado pela base governista. “Gente que votou no Bolsonaro e foi cooptada a se filiar ao PT”.
Em contrapartida, segundo disse, as contradições dele com bolsonaristas ou com Capitão Wagner passaram a ser esquecidas a partir de 2022. “Optamos por um caminho mais difícil, da oposição, da luta, o caminho do sol”. Para ele, o ciclo do PT está “fazendo mal ao Ceará”. “O Estado está dando passo para trás em todas as áreas. Essas circunstâncias nos impõem a deixar de lado diferenças do passado por um projeto maior, que é defender o Ceará desse tipo de decadência. Esse é o grande propósito”.