Temendo a aproximação de big techs com o bolsonarismo, petista defende regulação das redes sociais no Brasil

Vez ou outra o tema da regulação das redes sociais volta a ser debatido nas casas legislativas. A mais recente polêmica envolvendo o tema diz respeito ao clima tenso ocasionado em razão da visita do presidente Lula à China, quando a primeira-dama Janja teria cobrado um posicionamento do presidente chinês Xi Jiping sobre o TikTok no Brasil. Em sessão plenária desta quarta-feira (04), o petista Acrisio Sena (PT) voltou a defender a medida, ressaltando que crimes têm sido praticados nas plataformas digitais,e as empresas detentoras dos serviços têm saído impunes.

Para Acrísio Sena, as chamadas big techs têm se alinhado ao bolsonarismo e usado o Partido Liberal para impor suas regras, e praticar, segundo ele, desinformação sem serem punidas. Ele citou, por exemplo, o Seminário de Comunicação do PL, ocorrido na semana passada em Fortaleza, cujos protagonistas, em sua avaliação, eram os representantes das redes sociais e não os políticos da agremiação política.

O assunto também foi levantado pelo presidente Lula na terça-feira (03),durante coletiva de imprensa antes de seguir para a França. Na ocasião, o líder petista destacou o envolvimento das big techs com o bolsonarismo no Brasil. Segundo Acrísio Sena, há uma articulação entre o ex-presidente da República Jair Bolsonaro e aliados, com empresas de tecnologia com vistas às eleições de 2026.

“O artigo, escrito pela jornalista Sara Goes, mostra que o aconteceu ali não foi um seminário de comunicação, mas sim uma aula prática de como transformar um partido político em base operacional de uma milícia digital, com benção técnica de grandes empresas do mundo digital e com figuras, como a de Jair Bolsonaro e Michelle Bolsonaro, como símbolos desse projeto”, relatou.

Lavagem Cerebral

Na avaliação do deputado, o objetivo real do encontro era formar jovens para atuar nas redes sociais sem qualquer tipo de controle. “Está em curso uma estratégia de lavagem cerebral de segmentos da juventude”. Para ele, é necessário fortalecer o debate sobre a democratização do uso das redes sociais no Brasil, seguindo o rumo de países como Inglaterra, França, Alemanha e Austrália que teriam implementado políticas de regulação das redes sociais.

“Política de regulação é uma questão preventiva e democrática, que visa acompanhar a disseminação e a proliferação de conteúdos racistas, machistas e homofóbicos sem um controle adequado. Todas as vezes que pautamos a necessidade de democratização das redes sociais por meio de um processo regulatório, somos tachados de promover a censura, o que não é a verdade”, pontuou.

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