O embate entre base governista e oposição sobre os repasses para a saúde pública de Fortaleza está longe de um fim. Na manhã desta quarta-feira (09), o vereador Léo Couto (PSB) questionou o Governo Sarto sobre a falta de repasse de recursos do Governo Federal para manutenção dos atendimentos no Centro de Referência de Oncologia da Capital, o que estaria prejudicando pacientes que chegam até o equipamento.
Segundo ele, pessoas estão deixando de receber tratamento “devido a confusão que se instalou no nosso Estado”. Em suas falas, Couto afirmou que 65% das pessoas atendidas na unidade de saúde são oriundas de Fortaleza, e pouco mais de 35% do Interior do nosso Estado.
“As pessoas estão tendo o tratamento interrompido porque ano passado a Prefeitura Municipal de Fortaleza fazia um repasse de R$ 37 milhões para o tratamento das pessoas com câncer, e agora foi para R$ 29 milhões. E o Crio fez investimento de mais de R$ 100 milhões, isso porque a Prefeitura disse que aumentaria os repasses. E a Prefeitura deixou de fazer o repasse de quase R$ 8 milhões”, acusou.
Ainda de acordo com ele, o Governo Estadual conseguiu com sua articulação política, R$ 10 milhões para o Instituto do Câncer do Ceará e R$ 12 milhões para o Crio. “Nos próximos meses o Governo do Estado vai abrir o Hospital de Limoeiro do Norte para diminuir a pressão no Crio”, disse. O pessebista destacou, ainda, que o Executivo Estadual aportou quase R$ 100 milhões para o Fundo de Saúde de Fortaleza.
“Está no Diário Oficial da União e já foram feitos repasses de R$ 31 milhões, sendo R$ 25 milhões para a cidade de Fortaleza. Esses valores foram para o Fundo Municipal de Saúde e até agora não foram repassados para os hospitais. Por que esse recurso ainda não foi repassado? Pessoas estão morrendo na nossa cidade”, acusou.
Adail Júnior (PDT) rebateu os números apresentados por Couto e propôs que a Casa convocasse a direção do Crio para explicar a real situação do equipamento. Ele ainda disse que a coordenação do Centro de Referência estaria equivocada quanto aos repasses feitos pela Prefeitura
Vice-líder do Governo na Casa, Didi Mangueira (PDT) disse ficar triste com alguns posicionamentos na tribuna do Plenário Fausto Arruda, que em sua avaliação, tem como objetivo “transparecer que o caos da saúde interessa a alguém. Nós não escondemos nada. Espero que não use essa tribuna para fazer de conta que está defendendo a saúde de um paciente que está sofrendo de câncer. O culpado não é apenas do Sarto, é de todos os governos. Chega de tribuna, chega de fala fácil, o povo está morrendo”.
“Má administração”
Adriana Almeida (PT) ressaltou que a população é quem sofre com toda a discussão e falta de diálogo entre Governo do Estado e Prefeitura de Fortaleza. Para ela, há uma “má administração da saúde” na Capital cearense. “A gente tem uma Prefeitura que, mesmo tendo um prefeito médico, não prioriza a saúde pública. A verba vem para o Município e não é aplicada onde deve ser”, disse.
Julierme Sena (UB) salientou que a oposição não está fazendo politicagem quando apresenta dados. “Contra fatos não há argumentos. Essa crise entre PT e PDT está prejudicando o povo de Fortaleza. Essa crise no Crio se dá devido a crise entre os dois entes e quem está pagando é a população”.