Em visita à cidade de Fortaleza, o presidente Lula voltou a criticar o percentual dos juros do Banco Central (BC) e afirmou que o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, que é autônoma, não dialoga com ele. O chefe do Poder Central insinuou que Campos Neto estaria conversando com quem o indicou, no caso o ex-presidente Jair Bolsonaro.
“A Caixa, o Banco do Brasil, o BNB e o BNDES só têm sentido de existir se for para fazer as coisas diferentes do que fazem os bancos privados. Se for para fazer igual, não precisa investir. O BNDES tem que ter muito dinheiro para investir no desenvolvimento industrial, na nova energia que vai ser produzida no País, para investir no hidrogênio verde, na energia solar, energia eólica, na planta da nossa matriz energética. Temos que ter dinheiro para investir, a juros baratos”, apontou.
Segundo o presidente, o juros atual, apesar da leve redução apresentada no mês de agosto, ainda é alto e dificulta o investimento. De acordo com ele, não é possível que o empresário passe a investir com o valor atual do juros.
“O cidadão do Banco Central precisa saber que ele é presidente do Banco Central do Brasil e que precisa baixar os juros. Vamos continuar brigando. O presidente do Banco Central não foi indicado por nós, ele foi indicado pelo Governo anterior e o banco é autônomo. Esse cidadão, se ele conversa com alguém, não é comigo. Deve conversar com quem o indicou, e quem o indicou não fez coisas boas para o País. A sociedade vai descobrir com o tempo“, disparou.
Lula também ironizou a situação atual da oposição, em especial a de Jair Bolsonaro. Segundo disse, seu mandato já estaria acabando, isso faltando três anos e quatro meses. Para ele, o mandato para quem é Governo passa muito rápido, mas para quem está na oposição demora muito. “O Bolsonaro deve tá coçando as unhas porque vai demorar muito para ele. E, certamente, ele não voltará”, ironizou.
“Sul Global”
O presidente também repetiu discurso contra a pobreza e destacou as ações recentes do bloco político BRICS. “Ninguém quer ser pobre, todo mundo quer viver bem, ter um carrinho, uma moto”, disse. Ainda segundo ele, o Brasil não é mais um País subdesenvolvido ou emergente, mas membro do novo “Sul Global”.
Muitos políticos cearenses fizeram parte da comitiva que esteve ao lado do presidente. Dentre eles estavam o governador Elmano de Freitas, a primeira-dama Lia Freitas, o ministro Camilo Santana, a secretária Onélia Santana, o presidente da Assembleia Evandro Leitão, a deputada Luizianne Lins, o deputado Mauro Filho, Enfermeira Ana Paula, José Nobre Guimarães, a senadora Augusta Brito, o presidente da Aprece Dr Júnior, Eunício Oliveira, Eduardo Bismarck e o prefeito de Fortaleza José Sarto.