Deputados lamentam fuga de investimentos no Ceará por má prestação de serviços da Enel

Deputados defenderam mais empenho da CPI da Enel para encontrar uma solução para o problema causado pela fornecedora de energia no Estado. Foto: ALCE

Mais uma vez diversos deputados da Assembleia Legislativa voltaram a criticar os serviços prestados pela Enel no Ceará. Na manhã desta terça-feira (26), alguns parlamentares lamentaram a situação existente no Estado e lamentaram a fuga de investimentos por parte de empresários que se veem prejudicados caso invistam em municípios cearenses.

O deputado Antônio Granja (PDT) afirmou que muitos empresários desistem de investir no Ceará pela falta de comprometimento da Enel. Segundo ele, não é surpresa a indignação de parlamentares devido ao que chamou de “desrespeito” e “falta de responsabilidade” da Enel com consumidores e empresários, quje segundo ele, deixam de vir ao Estado e empregos deixam de ser gerados.

“Temos o exemplo de Irapuan Pinheiro, no distrito de Betânia, onde furamos poços para o consumo da população e a Enel passou um ano para ligar os poços. O Governo pagou a obra e a Enel não executou”, lamentou.

Guilherme Landim (PDT) destacou que existe empresa no Município de Brejo Santo, gerando mais de 400 empregos, que funcionou por um ano com gerador de energia. “Quando inauguramos, com o governador Camilo Santana, o primeiro polo industrial, antes da inauguração a Enel disse para a empresa que precisaria pagar milhões para a subestação ser ampliada. É dessa forma que ela vem tratando a população cearense“, criticou.

Presidente da CPI, o deputado Fernando Santana (PT) lamentou que o debate esteja acontecendo há mais de dois anos e as denúncias não parem de chegar. “Em Araripe, um empresário veio montar uma fecularia, está com pouco mais de um ano investindo cerca de R$ 10 milhões, com expectativa de gerar 600 empregos, entre diretos e indiretos, o Governo já fez seus investimentos e agora só falta a Enel. A obra está paga e a Enel afirmou que não pode iniciar ainda esse ano. Que absurdo é esse?”, criticou.

O tema voltou a ser debatido com o pronunciamento do deputado Osmar Baquit (PDT), que da tribuna da Casa, destacou o que chamou de falta de interesse da empresa em colaborar com as investigações ou mesmo em prestar um bom serviço à população. Ele exigiu ações mais diretas por parte do colegiado.

“A Enel não se dá sequer ao trabalho de dar respostas firmes à CPI, o que só confirma sua falta de compromisso. Acredito que, para não perder tempo, devemos investigar a possível empresa que vem ou mesmo retomar para o Estado o serviço”, avaliou. 

Osmar Baquit apontou ainda como uma ação estratégica convidar os membros das CPIs de São Paulo e Goiás, onde a Enel também vem sendo investigada e solicitar formalmente aos gestores municipais todas as demandas pendentes com a Enel.

O deputado Moésio Loiola (PP) afirmou que além dos danos à população, a defasagem de bons profissionais na Enel também é algo que preocupa. Segundo Agenor Neto (MDB), o prefeito de Chorozinho e presidente da Aprece, Júnior Castro, participará da próxima reunião da CPI da Enel, trazendo o diagnóstico dos municípios referentes às pendências da empresa e as taxas para iluminação pública. 

Queiroz Neto (PDT) destacou que há uma necessidade da CPI se debruçar  sobre todo o funcionamento da distribuidora de energia e a sua engenharia, para que, independente da concessão continuar, a população não correr o risco de passar por mais transtornos ou descontinuidade do serviço.

Para Alcides Fernandes (PL) “não dá mais tempo de percorrer o Estado colhendo denúncias, pois muita gente já foi prejudicada. Temos que centralizar o trabalho aqui e correr para que a Enel pague pelo que fez”. 

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