As eleições deste ano em Fortaleza pode ter consequências políticas para o Governo do presidente Lula. O presidente nacional em exercício do Partido Democrático Trabalhista (PDT), o deputado federal André Figueiredo, afirmou que a agremiação não vai aceitar a participação do chefe do Executivo Federal em palanque do pré-candidato Evandro Leitão (PT), que faz oposição ao prefeito Sarto, do PDT, na Capital cearense.
As falas de Figueiredo são uma resposta ao posicionamento da presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, que esteve em Fortaleza no fim de semana e afirmou que a eleição no Município é prioridade para a legenda. Segundo ele, ela tem a obrigação de fazer esse tipo de comentário, como dirigente da sigla, mas a administração está sob o comando do PDT, sigla aliada da gestão Lula no Governo Federal.
Ele lembrou, por exemplo, que em Recife o Partido dos Trabalhadores respeitou o fato de a cidade ser governada por um filiado do PSB, e não lançou candidatura lá, o que não aconteceu em Fortaleza. A candidatura petista é irreversível na Capital cearense, mas para o pedetista seria uma “afronta” a participação do presidente Lula em palanque de Evandro Leitão.
“Não vamos aceitar, em nenhuma hipótese. Será uma grande afronta o presidente Lula vir a Fortaleza subir no palanque do nosso adversário no primeiro turno. O PDT espera que o presidente não venha a Fortaleza no primeiro turno”, pontuou André Figueiredo.
Apesar da reclamação do presidente do PDT, existe a possibilidade de Lula participar do lançamento da candidatura de Evandro Leitão, em Fortaleza, durante convenção partidária.
Gestor
Ainda de acordo com ele, a gestão Sarto tem se notabilizado pela marca da entrega nas áreas da saúde, educcação, mobilidade urbana e outros programas que fazem o atual prefeito se destacar no cenário local como gestor. “Esperamos que se acentue mais até o período eleitoral”, pontuou.
Segundo ele, em um eventual segundo turno em que a candidatura pedetista siga para um novo confronto, o partido deve conversar com todas as forças políticas derrotadas, da esquerda à direita. “Conversar não faz mal a ninguém. Tanto que hoje o presidente Lula tem em seu Governo partidos que apoiaram o ex-presidente Bolsonaro e partidos de esquerda, como é o caso do PDT”.