Deputada vai acionar o Conselho de Ética contra deputado que chamou o PT de “quadrilha”

Deputada contou com a solidariedade de seus pares, que destacaram que os ataques ao partido terão resposta à altura. Foto: ALCE

A deputada Larissa Gaspar (PT) voltou a criticar falas de deputados bolsonaristas da Assembleia Legislativa que chamaram o Partido dos Trabalhadores de “quadrilha” e apontaram vários membros da sigla supostamente investigados por irregularidades. A petista disse que vai acionar o conselho de ética da Casa por se sentir ofendida e afirmou esperar providências por parte do órgão interno.

Conforme relatou a parlamentar, os bolsonaristas da Casa teriam classificado o Partido dos Trabalhadores como “quadrilha” e “organização criminosa”. As falas foram feitas pelos deputados Alcides Fernandes (PL) e Carmelo Neto (PL) nas sessões plenárias desta semana.

 “Palavras proferidas por colegas enquanto ocupavam a tribuna, afirmando que o PT do Ceará é uma quadrilha que deve continuar e que nossa cúpula é uma organização criminosa. Respondo aqui que não sou criminosa. Nem eu e nem meus colegas parlamentares, ou qualquer membro do PT. Se quer acusar alguém de algo, traga provas e individualize seu discurso, pois quando faz essas afirmações, coloca todo e qualquer filiado ao partido nessa denominação”, salientou.

Em sua avaliação, o púlpito do Plenário 13 de Maio é um espaço utilizado para discordâncias e divergências de caráter político-ideológico, mas isso não deve ser usado para desrespeitar os pares, o que segundo ela, acaba por violar o Regimento Interno da Casa.

“Tenho horror à pessoa do (ex-presidente Jair) Bolsonaro, mas não classifico meus colegas parlamentares que o defendem de criminosos. Não esqueço os crimes cometidos por ele, mas não virei a essa tribuna chamar o PL de quadrilha, pois não posso generalizar ou ofender a honra de ninguém. Posso dizer aqui o que penso e defender os projetos que acredito, mas acusar falsamente um partido e seus correligionários da prática de um crime é calúnia e está previsto no código penal. E com muita responsabilidade, acionarei o Conselho de Ética desta Casa”, anunciou. 

A deputada defendeu o partido e cobrou respeito a sua pessoa. “O Partido dos Trabalhadores não é quadrilha e nem organização criminosa, é o maior partido de massas da América Latina. Foi na gestão do PT que o Brasil saiu do mapa da fome e se tornou a 6ª economia mundial. Não aceito que ninguém venha a essa tribuna chamar meu partido de quadrilha e me associar a organização criminosa”, declarou. 

“Ódio”

Fernando Santana (PT) também se insurgiu e disse que medidas serão tomadas. Segundo ele, não adianta criminalizar colegas em um dia e no outro pedir desculpas.  “Está na hora de dar um basta nesse ódio político. Queremos paz e é isso que nosso presidente está promovendo em todo o País”. 

Outros parlamentares se solidarizaram com os petistas da Casa. Renato Roseno (PSOL) apontou que ataque à moral “é  uma clara demonstração da ausência de substâncias, o que apequena a política. Esses ataques morais e generalizados, tão característicos do próprio Bolsonaro, sempre partem de alguém que quer se mostrar acima da política, quando o mesmo é exatamente o fruto do sistema”. Lucinildo Frota (PMN) defendeu o respeito entre seus pares. “Generalizar é um grande risco de sermos injustos. Temos que saber diferenciar o joio do trigo e acusar, quando se tem prova”.

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